quarta-feira, 22 de maio de 2013

Amamentação - Primeiras tentativas


Logo que nasci não pude mamar na mamãe (como já contei no post “Meu nascimento – Encontrando papai e mamãe”), mas assim que nos reencontramos, ela quis me colocar para mamar, apesar de enjoada e voltando da anestesia ainda (isso eu a ouvi contando pro papai), mesmo assim ela estava disposta a me alimentar e eu já estava sentindo fominha, começando a chorar.
Tinha uma moça de branco que ajudou a me colocar no seio da mamãe e fui logo sugando! Huuummm, que gostoso!! Mas que difícil!!! “Acho que tenho que fazer mais força pra sair alguma coisa”, pensei. Quanta força pra tão pouquinho!!!! Ficava lá tentando por um tempão, mais de uma hora! E saía só umas gotinhas, mas tinha certeza que aquilo era mais que alimento, era amor!
Como cansava muito, chegava a nanar durante a mamada, algumas vezes! Rssss. E continuava lá com a boquinha no tetê até conseguir tomar uma quantidade que me satisfizesse. Mas não demorava muito e já sentia fominha de novo... E chorava pra avisar que minha barriguinha estava vazia. Até que me deram outro leitinho num copinho. Confesso que foi bom porque minha fome estava me incomodando, mas ainda era gostoso ficar no tetê e minha mamãe fazia questão de mesmo tendo outro leitinho, me colocar pra mamar nela.

 
Às vezes ouvia ela me dizendo: “Vai, Gigi, pode mamar que mamãe aguenta!”. Eu não entendia muito bem, mas acho que tava dodói de tanta força que eu fazia! E o papai estava lá do lado segurando a mão dela! Vi umas caretinhas dela também, mas ela liberou, lá estava eu! Tinha que aproveitar.
Estava intrigada no começo, será que o tetê é só pra sugar? E foi quando de repente, depois que já estava em casa, Eu comecei a sugar o tetê e saiu!!! Bem mais leitinho que antes!!! Agora sim, mamãe!!! Não gostei muito daquele copinho com leitinho diferente. Assim posso sugar e me alimentar ao mesmo tempo!!! Obaaa! E quanto mais eu mamava, mais tinha leitinho.
Fiquei muito contente que minha mamãe não desistiu e fez de tudo para eu conseguir mamar só o leitinho dela! E obrigada, mamãe, pois sempre que eu choro de fominha você me entende e me dá tetê! Isso me deixa muito segura, dá uma sensação de conforto e carinho. Obrigada por nunca me negar um tetê!! Por isso dou tanta risadinha quando você olha para mim, é uma retribuição! Espero que goste da minha boquinha bangela! Rssss
 
Nota da mamãe:

Infelizmente não amamentei logo que a Gigi nasceu, só algumas horas depois.

Vou contar minha experiência e o que estava errado. Espero que seja esclarecedor!

Pensei que tinha muito pouco leite, a Gigi sugava bastante e achava que sem sucesso, que ela continuava com fome. Ainda na maternidade foi administrado 30ml de uma fórmula láctea (não lembro do nome). Junto com o leite formulado, continuei insistindo na amamentação pois queria muito que ela se alimentasse exclusivamente do meu leite até o 6° mês. Em casa eu dei apenas uns 3 dias 30 ml de "NAN Pro 1", que é uma fórmula específica para recém-nascidos, alternando com o peito.
Meu obstetra (que fez o parto) me receitou um spray com hormônio e isso realmente ajudou para que produzisse mais leite (obs. nunca tome nenhum tipo de medicamento sem orientação expressa de um médico, fui orientada e no meu caso não tinha problema, mas cada caso é um caso, informe-se com seu obstetra ou pediatra), e poucos dias depois eu já tinha mais leite e não precisei mais dar NAN.
 
Agora vou contar o que descobri só depois que tudo isso passou:
O primeiro leite que a mãe produz é chamado colostro que começa a ser produzido ainda na gestação e pode ou não já sair algumas gotas mesmo antes do parto.
Realmente sai pouco, mas é o suficiente para o bebê que ainda tem o estômago muito pequeno e este é o leite mais concentrado que a mãe produz, tanto que é considerado a primeira vacina do bebê. É rico em defesas imunológicas e ajuda a constituir a flora intestinal do bebê.
Nas primeiras 72 horas este é o leite que o bebê toma, e muitas mães (inclusive eu) acham que o leite está pouco, que o bebê ainda está com muita fome e acabam dando uma formulação láctea sem necessidade.
Eu sabia que o colostro era o mais importante, por isso insisti em amamentar o quanto podia, tanto que a Gigi às vezes ficava mais de 1hora/1:30h sugando e dormindo. O que ninguém contou é que a produção deste leite é realmente pequena em volume, mas enorme em importância, e eu achava que não estava produzindo o que ela precisava.
Portanto, não deixe de amamentar achando que você não tem leite suficiente, ou que é fraco por ter coloração diferente, é mito! Após este período de aproximadamente 3 dias, o corpo passa a produzir o leite propriamente dito e aumenta o volume, tanto que supre e às vezes até excede o que o bebê consegue tomar.
Outra questão importante é que tanto na maternidade quanto em casa que alimentei a Gigi com leite formulado, não dei em mamadeira nem outro recipiente com bico, fiz questão de aprender a dar num copinho para que ela não rejeitasse o seio depois.

Sendo assim, quanto mais o bebê suga, mais leite o corpo produz. No início dói muito! Não tem como negar e dizer que é lindo, maravilhoso desde o começo porque não é!
Eu tive fissura no seio, usei pomada de lanolina, deixava cada gotinha que saía espalhar no bico do seio para cicatrizar, ouvi muitos palpites sobre o que fazer para melhorar as fissuras e sangramentos (sim, sangra mesmo!), às vezes grudava o bico machucado no sutiã, segurava a mão do marido e de quem mais estivesse perto quando a Gigi estava mamando, porque dói! Ainda mais que tive pouco leite no começo e ela sugava com força para tentar mamar alguma coisa. Mas a alegria que dá e a sensação deliciosa de amamentar logo que passa essa fase da dor (durou umas 2 ou 3 semanas), não tem preço!
Depois disso, só fica a sensação boa, sem dor, sem fissura, sem sangramento. Sinto-me muito feliz de poder amamentar minha pequena aventureira e tenho certeza que ela também me agradece por isso!
Então mamães, CORAGEM! Não se deem por vencidas, e já ouvi muita mãe dizer que não amamentou porque tinha pouco leite. Eu também tive muito pouco, pouco mesmo, só umas gotinhas, mas minha insistência resultou em sucesso, mesmo sem saber que era normal ter tão pouco!!! Se a intenção é mesmo amamentar, não desistam no primeiro (ou segundo, ou terceiro, ou quarto) obstáculo! Façam pelos seus pequenos e garanto que vale a pena!
Até hoje o aleitamento é exclusivo e em livre demanda.
"Ame seu filho.
Alimente seu filho.
Amamente seu filho."
(Dr. Ruy Pupo Filho)
 

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