Porque disso tudo?

A gestação é uma fase linda da mulher! Nossa vida se torna cheia de expectativas e angústias, mas a beleza dos sentimentos aflorados, da emoção que brota quando vemos uma propaganda de bebês, o cheirinho das roupinhas miúdas, a preparação do quarto e da casa, os ultrassons....
O bebê enquanto está na barriga é uma coisa só com a mãe. Ela o alimenta e leva oxigênio e sangue pelo cordão umbilical. Mais que isso, todos os sentimentos e emoções da mãe, são do bebê também. Tudo que a mãe sente, o bebê sente.
Logo que nasce, o corpo do bebê se separa da mãe, mas sua mente inconsciente não. Aí que acontece a fusão emocional, momento em que mãe e bebê continuam um só, ligados emocionalmente e enquanto o intelecto do bebê ainda não está desenvolvido, ele é a mãe e a mãe é o bebê, assim mesmo, um só em dois corações.
O puerpério é muito mais do que a recuperação física do parto, seja cesária ou natural, com corte ou sem corte, a intensidade emocional que envolve o ato de dar a luz é tão forte que a mulher-mãe precisa de muito mais tempo do que os 40 dias dados pelos médicos.
Para estar nessa simbiose com o bebê e poder entendê-lo, atendê-lo e cuidá-lo, nós mamães nos confrontamos com nossas partes do psiquismo mais escondidas e nunca antes navegadas, encaramos a loucura de sermos nós e ao mesmo tempo outra pessoa que acabou de chegar ao mundo. Em termos técnicos, nos encontramos com nossa sombra. (para que quiser saber mais, recomendo o livro "A maternidade: e o encontro com a própria sombra de Laura Gutman; Ed. BestSeller, 2012).
Toda mulher passa por isso, querendo ou não. Mas quando nos permitimos mergulhar nesse encontro e não damos atenção a palpites que surgem por todos os lados, mas sim na intuição que nasce junto com a maternidade e com a possibilidade de lidarmos com o choro do nosso bebê entendendo como se fosse o choro da nossa alma querendo nos dizer algo, nos permitimos vivenciar uma das experiências mais profundas na busca de nosso auto-conhecimento.
Esta fusão emocional com o bebê, a aparição da nossa sombra e até um certo grau de loucura, se faz necessário para nossa própria evolução.
E foi por tudo isso que eu aceitei! Mergulhei. Afundei, Retornei à superfície. E agora estou aqui, inteira, querendo muito auxiliar e acompanhar outras mulheres para que ao final, perceberem que vale cada lágrima vertida de desespero de não saber o que está acontecendo. Vale cada momento de solidão que sentimos nessa angústia de entender nosso novo lugar no mundo. Vale cada abraço e carinho que recebemos do nosso filho num gesto de gratidão por estarmos ali, juntos, todas no mesmo barco da maternidade.



5 comentários:

  1. Um pouquinho disso, um pouquinho daquilo e um mundarel de incertezas. Porém com a capacidade de aventurar-se e vivenciar cada instante dessa fusão de sentimentos... Só a maternidade mesmo! :)

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    1. E no fim, choramos mto de alegria e nenhuma conversa fica completa sem lembrar das crianças! Bjsss

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    2. E no fim, choramos mto de alegria e nenhuma conversa fica completa sem lembrar das crianças! Bjsss

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  2. Sim, é isso mesmo! Comigo também foi assim! Mergulhei de cabeça e encontrei minha sombra alí, prontinha pra se revelar e me revelar uma outra pessoa. Eu li o Livro e recomendo. Essa experiência é incrível e contínua...a partir de agora serei sempre mãe, estarei sempre reencontrando com minha sombra, agora mais leve e tranquila, já que no início me permiti viver toda aquela fusão emocional, com a profundidade que eu e minha filha precisávamos! Adorei o texto Dani, me identifiquei muito! Parabéns pelo trabalho! ;)

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    1. Obrigada Ju! É realmente um mergulho intenso e necessário para nós e para nossas pequenas também que serão grandes mulheres no futuro!
      Obrigada pelo comentário! Bjss

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